Ele estava em pé no parapeito do décimo quinto
andar. Olhava para o horizonte, enquanto abria um largo sorriso. Estava
prestes a pular. Pensava em coisas boas; “pensamentos felizes” ele
repetia para si mesmo. Há poucos metros dali,
pairando no ar com suas asinhas batendo freneticamente, e rindo para si
mesma, a fada que media menos de dez centímetros de altura se
regozijava da “traquinagem” que fizera. Aquele era o quinto idiota, só
naquela noite, que acreditava que ela era a fada Sininho,
que voava para cima e para baixo com Peter Pan. Ela odiava ser
confundida com a outra, mas, de uns tempos para cá, resolveu tirar
proveito disso. “Você pode voar” ela disse para o homem, “mas eu achei
que você e o Pan só visitassem crianças” argumentou o homem;
“que nada, você não lembra do filme com o Robin Williams? Nós também
levamos os adultos para passear”, “e onde está o Peter Pan?” perguntou o
homem, olhando para os lados; “ele está nos esperando lá na Terra do
Nunca. Não podemos nos atrasar”. Ela então jogou
um pó mágico, que não fazia efeito algum, sobre a cabeça do homem de
quarenta anos que acreditava em fadas encantadas, Peter Pan e que
poderia voar apenas tendo pensamentos felizes. “Vamos, não demore” disse
a fada, dando o incentivo que o homem precisava
para pular. Ele pulou e ela não quis ficar para ver o estrago. A noite ainda estava apenas começando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário