Ela
girou o taco de baseball nas mãos reluzentes, fez alguns volteios e
então o encostou no chão, como um bastão ou um guarda-chuva comprido de
um
gentleman inglês. Raio de Luar era uma fada, responsável pelo
clima romântico, o ar de contos de fadas, aqueles primeiros momentos de
todo romance, que faziam os apaixonados se permitirem amar.
Claro, ela gostava do trabalho,
no começo. Ela tinha recebido vários presentes dos casais apaixonados, depois de seus casamentos mágicos e
blablabla. Era bonitinho, mas com o tempo, tinha se tornado uma coleção de corações partidos.
Alguém
sempre ferrava com o seu serviço. Ela não ia generalizar, nem todos os
príncipes mereciam ser exterminados, mas esse tipo de aventureiro atrás
de uma
mocinha inocente em uma torre, ah, esses a tiraram do sério.
Tinha gastado uma boa parte de seu pó mágico na última princesa para
transformar aquele maldito sapo em alguém decente e
CABOOM, tudo arruinado.
Ela
esperou até o tipo moderninho surgir e sorrir para ela. Podia adivinhar
sua linha de pensamentos: outra princesa perdida, de cabelos loiros
longos, olhos
azuis, sorriso acolhedor.
Não
notou o bastão nas mãos dela e nem mesmo quando o objeto girou nas mãos
dela e violentamente caiu em sua direção. Mas sentiu a dor do golpe e o
molhado
metálico do sangue. Digamos que ela não gostava de retrabalho, era
melhor só cortar o mal pela raiz. Logo mais, não tinha nada de
encantador em sua aparência e certamente não haveria qualquer final
feliz para sua história,
não mais.