Ele estava em pé no parapeito do décimo quinto
andar. Olhava para o horizonte, enquanto abria um largo sorriso. Estava
prestes a pular. Pensava em coisas boas; “pensamentos felizes” ele
repetia para si mesmo. Há poucos metros dali,
pairando no ar com suas asinhas batendo freneticamente, e rindo para si
mesma, a fada que media menos de dez centímetros de altura se
regozijava da “traquinagem” que fizera. Aquele era o quinto idiota, só
naquela noite, que acreditava que ela era a fada Sininho,
que voava para cima e para baixo com Peter Pan. Ela odiava ser
confundida com a outra, mas, de uns tempos para cá, resolveu tirar
proveito disso. “Você pode voar” ela disse para o homem, “mas eu achei
que você e o Pan só visitassem crianças” argumentou o homem;
“que nada, você não lembra do filme com o Robin Williams? Nós também
levamos os adultos para passear”, “e onde está o Peter Pan?” perguntou o
homem, olhando para os lados; “ele está nos esperando lá na Terra do
Nunca. Não podemos nos atrasar”. Ela então jogou
um pó mágico, que não fazia efeito algum, sobre a cabeça do homem de
quarenta anos que acreditava em fadas encantadas, Peter Pan e que
poderia voar apenas tendo pensamentos felizes. “Vamos, não demore” disse
a fada, dando o incentivo que o homem precisava
para pular. Ele pulou e ela não quis ficar para ver o estrago. A noite ainda estava apenas começando.
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Desafio Espinho D'água de Contos - tema: Fada Más - conto: A FADA DO CASTIGO, autor Paulo Roberto Queroz Junior
Ele havia se
casado 30 vezes, com 30 princesas, 30 princesas virgens que lhe deram 30
herdeiros, 30 esposas e 30 herdeiros que juntos se tornavam 60 mortes. O ritual
sempre era igual, primeiro ele matava com as mãos os servos que ajudavam no
parto, depois rasgava com os dentes o frágil pescoço do recém-nascido e bebia
todo o seu sangue, por fim, estuprava sua esposa pelo ânus e a fazia sangrar
até a última gota de sangue, e esse era o castigo do rei Magnor, o torturador.
Após o crime, o
rei, mesmo sendo um torturador, voltava a sanidade e desesperado tentava se
matar com sua espada, cujo a lamina tinha o formato de trovão, mas nem mesmo um
trovão de verdade em seu coração o mataria. Quando jovem Magnor perdeu a
família na guerra e jurou a si e a seu povo “Serei o senhor da vida e da morte,
serei maior que um Deus, pois eles são muitos e eu serei um”, e assim Magnor
deu inicio a uma sangrenta e triste dominação do mundo que se rendeu a sua
crueldade.
Toda fúria é cega,
e em sua cegueira Magnor matou um príncipe, mas não matou um príncipe qualquer,
matou o príncipe Theo, filho do rei do Sul e da Senhora da Floresta, uma Fada
chamada Elyah. Ao ver o sangue azul claro de Theo escorrer, Magnor sabia, teria
que pedir desculpas a senhora da floresta e parar com seu legado de sangue,
tortura e dor, mas antes mesmo de pedir o perdão, a voz de Elyah invadiu sua
mente e lhe disse “Se um Deus quer ser, que eterno sejas , Magnor Deus da
loucura “ e assim o calvário de Magnor
começou, um ser eterno condenado a loucura de matar e condenar sua família a
morte.
Sempre após o
crime, Magnor novamente pedia perdão, mas diferente de outras fadas, Elyah não
era bondosa, ela não se jugava uma fada, mas sim uma senhora, uma senhora dona
do mundo, uma senhora arrogante que havia matado a rainha do sul envenenada,
para assim tomar seu lugar ao lado do rei. Se Magnor era cego em fúria, Elyah
com sua maldade e arrogância enxergava o futuro, e calculista fez seu marido,
filho e povo ir a guerra, e quando a derrota chegou, Elyah utilizando como
desculpa a honra de seu povo e a memória de seu filho e marido enfeitiçou
Magnor, o tornando Deus da loucura e exemplo de castigo, pois todo aquele que
se opusesse a ela, teria o mesmo fim, uma vida eterna, cruel e louca, cujo o
pedido de perdão apenas traria um novo começo, o começo de um novo crime e
morte, pois 30 vezes Magnor havia pedido o perdão, e 30 vezes ele matou suas
esposas e filhos.
Temida Elyah se
tornou a senhora do mundo, uma fada rainha, uma rainha cruel que governa o
mundo sentada em um trono de dor e medo, dor e medo de seu povo que teme o
feitiço da loucura, o feitiço da pior loucura, a loucura que leva ao fim do
amor, razão e do bem mais precioso, a família no qual se ama.
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
Desafio Espinho D'água de Contos - tema: Fadas Más - conto: UM CERTO ANÃO - autor Kiko Zampieri
Um
grupo de pequenos homenzinhos voltavam para casa depois de um dia
trabalhoso na mina de diamantes. Em fila indiana, caminhavam cantando
pela velha trilha dentro da floresta, apesar de cansados ainda
restavam-lhes um pouco de energia. A alegria contagiava o grupo, menos
um, Zangado, que vinha no meio da fila sem emitir um só som, cabisbaixo e
revoltado com o trabalho duro, a distância até a casa e aquela
incansável cantoria. Piorou quando ao chegarem em
casa, uma jovem ocupava as sete caminhas e havia esgotado todo o
suprimento que seria utilizado para o jantar. Porém, todos acharam
aquela jovem tão linda e tão inocente, que resolveram buscar mais
alimentos na floresta. Zangado ficou. Não aceitava aquela
intrusa em sua cama e comendo o seu jantar, resolveu acordá-la. O grupo
voltou com algumas frutas e legumes, que caíram pelo chão quando ao
entrarem pela porta, viram aquela jovem linda e inocente saboreando o
que parecia ser a perna do Zangado e um olhar
de fome dirigido à eles.
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